Buda rebelde quase pronto!

Hoje a gráfica trouxe as provas do Buda rebelde. Estou muito animado!

Em mais duas semanas, aproximadamente, o livro já estará disponível para venda, tanto impresso como em e-book (pela Amazon).

Alguns trechos:

"Para oferecer bondade aos outros precisamos, em primeiro lugar, aprender a ser bondosos para com nós mesmos. Só então poderemos focar os outros e estender parte da mesma bondade a eles. Novamente, querer ajudar os outros não significa que temos como objetivo salvá-los, no sentido de colocá-los no “rumo certo”, de acordo com a nossa visão. Se há como realmente salvarmos alguém, sermos genuínos e bondosos é provavelmente o único modo. Não vamos conseguir salvar ninguém, empurrando as pessoas na direção de um objetivo que temos em mente. Se estivermos motivados dessa forma, nossas ações serão como as de um missionário religioso, não como as ações de um bom amigo. Há muito egocentrismo em querer ser um salvador, além dessa ser uma visão teísta. Podemos pensar: “Eu só quero salvar José e Maria deles mesmos. Não estou tentando salvar suas almas.” Nesse caso, podemos estar usando um rótulo diferente, mas a nossa atitude e as nossas ações são praticamente as mesmas."

"Quando a nossa mente fica mais calma por meio da prática de meditação, vivenciamos cada vez mais o que está acontecendo, momento a momento. Começamos a ver que a nossa vida — nossa vida verdadeira — é bem mais interessante do que os nossos pensamentos sobre ela."

Tratando a Vacuidade como Algo Comum

Abaixo, reproduzo um trecho do livro Buda Rebelde: Na rota da liberdade, de Dzogchen Ponlop Rinpoche. O livro foi traduzido por Eduardo Pinheiro (Padma Dorje) e em breve será lançado pelo selo Lúcida Letra.

Tratando a Vacuidade como Algo Comum

"Quando falamos sobre ausência de eu ou vacuidade, tendemos a transformar essas coisas em filosofia; transformamos todas em algo tão importante e profundo que as tornamos demasiadamente distantes. Transformamos algo que está em nossas mãos em uma noção muito fantástica. Lembramos histórias antigas sobre iogues voando no céu ou caminhando através das paredes, e então pensamos em nossa confusão no momento atual. Essas duas imagens soam muito distantes. Nosso problema é que associamos a realização da vacuidade com indivíduos especiais que possuem capacidades extraordinárias. Porém, se mudarmos um pouco nossa perspectiva, podemos transformar nossas ideias em uma jornada pessoal.

                Devemos ver a vacuidade como algo comum, devemos tratá-la como qualquer outra coisa. A forma com que lidamos com a vacuidade não deve ser diferente da forma com a qual tratamos qualquer outro conceito que analisamos e sobre o qual refletimos. Conhecemos a vacuidade do mesmo jeito que conhecemos o sofrimento e a impermanência – cultivando familiaridade, observando por todos os ângulos, deixando que se comunique conosco. Quando a vacuidade fala conosco, não só a ouvimos, mas a sentimos também. Ela se torna nossa experiência pessoal. Mesmo que possamos estar olhando para livros e usando os métodos especiais da lógica e do raciocínio, ainda assim estamos em contato com ela. No entanto, se não analisarmos a vacuidade, se apenas a tomarmos como um fato sobre o qual “especialistas” discursam, ela não será pessoal, e ficará difícil compreendê-la e levá-la ao âmbito da experiência.

                Quando analisamos qualquer coisa, devíamos mastigar essa coisa do mesmo jeito que mascamos o chiclete. Temos que mascar até que sintamos o sabor completamente. Da mesma forma, quando passamos um tempinho examinando o momento da experiência, começamos a ter uma vivência mais rica da vacuidade. Quando estamos analisando a vacuidade, por exemplo, em vez de simplesmente pensar a respeito dela, podemos nos perguntar: “Onde está o ‘eu’ agora, neste momento? Está na sensação que tenho nas minhas costas enquanto estou sentado aqui? Está no pensamento que surge na minha mente neste momento?” Fazemos isso passo a passo, examinando cada experiência do pensamento, da sensação ou da emoção até que reconheçamos sua qualidade de ausência do eu. Dessa forma, começamos a sentir o gosto da vacuidade. É esse gosto que importa, porque ele nos inspira. Ele vai contra nossa resistência à vacuidade e corrige nossos enganos a respeito dela."

Para saber quando o livro for lançado, peça um aviso aqui.

A Lua no Espelho quase pronto!

Queridos e queridas, divulgo, em primeira mão, a capa do "A Lua no espelho: Uma visão incomum da Prajna Paramita".

O belíssimo projeto é do Studio Creamcrackers, que se baseou nas indicações do Lama Jigme Lhawang. Além da referência das cores da linhagem Drukpa, o próprio conteúdo do livro foi importante.

Destaco um trecho da introdução do Lama:

S. Ema. Gyalwa Dokhampa intitulou este livro de A Lua no Espelho, a partir da perspectiva da Prajna Paramita de que os fenômenos são vazios de existência independente, mas são vividamente aparentes. Sua aparência é clara e vívida, ainda que destituída de uma realidade separada daquele que a observa. Portanto, todas as coisas são descritas como aparecendo de modo ilusório. Nas escrituras da Prajna Paramita, encontramos 12 analogias tradicionais para a natureza vazia, mas vividamente aparente: (1) uma ilusão, (2) uma miragem, (3) uma cidade de gandharvas, (4) um arco-íris, (5) um reflexo no espelho, (6) uma lua refletida na água, (7) um eco, (8) um sonho, (9) uma distorção visual, (10) um truque ou uma ilusão de ótica, (11) um relâmpago, (12) uma bolha de água. A Lua no Espelho surge desses exemplos, unindo o reflexo no espelho, que ainda que apareça clara e vividamente, não tem qualquer substancialidade e existência intrínseca, e a lua refletida na água, que aparece claramente, mas também não tem qualquer realidade independente.

André Beltrão, designer responsável pelo projeto sugeriu a seguinte capa: