O livro ficou pronto!
O belíssimo projeto é do Studio Creamcrackers, que se baseou nas indicações do Lama Jigme Lhawang. Além da referência das cores da linhagem Drukpa, o próprio conteúdo do livro foi importante.
Destaco um trecho da introdução do Lama:
André Beltrão, designer responsável pelo projeto sugeriu a seguinte capa:S. Ema. Gyalwa Dokhampa intitulou este livro de A Lua no Espelho, a partir da perspectiva da Prajna Paramita de que os fenômenos são vazios de existência independente, mas são vividamente aparentes. Sua aparência é clara e vívida, ainda que destituída de uma realidade separada daquele que a observa. Portanto, todas as coisas são descritas como aparecendo de modo ilusório. Nas escrituras da Prajna Paramita, encontramos 12 analogias tradicionais para a natureza vazia, mas vividamente aparente: (1) uma ilusão, (2) uma miragem, (3) uma cidade de gandharvas, (4) um arco-íris, (5) um reflexo no espelho, (6) uma lua refletida na água, (7) um eco, (8) um sonho, (9) uma distorção visual, (10) um truque ou uma ilusão de ótica, (11) um relâmpago, (12) uma bolha de água. A Lua no Espelho surge desses exemplos, unindo o reflexo no espelho, que ainda que apareça clara e vividamente, não tem qualquer substancialidade e existência intrínseca, e a lua refletida na água, que aparece claramente, mas também não tem qualquer realidade independente.
Hoje vou falar um pouco sobre a identidade visual do novo selo editorial da 2AB Editora. O novo selo é focado em títulos de transformação e budismo.
Partindo do nome do selo: Lúcida Letra e do briefing, o Studio Creamcrackers explorou alguns conceitos:
Fiquei pensando no conceito zen, de textos importantes para a pessoa como pessoa, yin yang, equilíbrio, etc.
Fiz uns estudos envolvendo as letras “a” e “e”, que são iguais se invertidas, e também remetem a aspas, que são elementos tipográficos. Depois experimentei usar a coincidência do duplo L da marca, usando um de cabeça para cima e outro invertido, etc. e cheguei em 2 “L" encaixados. Sendo Ls com serifa, a forma me sugeriu uma coluna, aí desenhei uma coluna mesmo, como se fosse uma coluna de templo, com uma mureta, etc.
São esboços, mas achei bacana esse caminho, depois fiz outro mais sintético. É algo que acho que dá para sintetizar para uso na lombada e dá para integrar tipografia para a capa, e pode ser ilustrado com pessoas interagindo etc., para o site da editora, para ex-libris, para quartas-capas, etc. [...] na ilustração dessa, pensei nuns monges encostados na perna do L lendo uns livros, ou andando com livros debaixo do braço, hachurada como aqueles desenhos vitorianos.
Com relação a cores, acho bom usarmos amarelo, vermelho e branco, cores ligadas ao budismo, e também alegres.
Você gosta desses caminhos?